segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Futebol Jovem - Há quem queira mudar o estado das coisas

Eis um trabalho desenvolvido da Lusa sobre o futebol jovem:

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto considera que os futebolistas estrangeiros "são um ativo que enriquece os panoramas desportivo e competitivo do país", mas reforçou a intenção de introduzir medidas que protejam o "praticante nacional".
Em declarações à Agência Lusa, Alexandre Mestre comentou os números divulgados pelo "Observatório do Futebol", que revela a existência de 55,1 por cento de jogadores estrangeiros a atuar na Liga portuguesa de futebol, sendo que apenas 13,7 por cento são internacionais no ativo (que tenham jogado pelo menos uma vez em 2011 pela sua seleção).
O governante afirmou que "estes números reforçam e justificam a importância da iniciativa do governo de lançar um grupo de trabalho relativo à proteção das seleções nacionais e dos jovens praticantes".
"Considero que os jogadores estrangeiros são um ativo que enriquece os panoramas desportivo e competitivo do país. Sem prejuízo, é importante, da defesa do praticante desportivo nacional, sobretudo quando se fala de jovens portugueses, com quem devemos preocupar-nos e a quem devemos permitir que desenvolvam as suas capacidades", referiu.
De resto, em setembro do ano passado, quando recebeu a seleção sub-20 portuguesa, que se havia sagrado vice campeã do mundo na Colômbia, o Presidente da República, Cavaco Silva, aproveitou para criticar o excesso de jogadores forasteiros nos emblemas da Liga principal, em detrimento dos jovens atletas portugueses.
"Em Portugal, na primeira Liga de futebol, 58 por cento dos jogadores são estrangeiros e o sucesso que conseguiram é a demonstração que, neste domínio, em matérias do número de jogadores estrangeiros, algo está errado no futebol português", disse Cavaco Silva, numa cerimónia que serviu para entregar aos jogadores da seleção das "quinas" a condecoração de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique.
A proposta de restrição de futebolistas estrangeiros, sugerida por uma comissão criada pelo governo para melhorar o desporto nacional, mantém-se em cima da mesa e será, inclusive, debatida no Parlamento, a 01 de fevereiro.
Alexandre Mestre diz ser "prematuro avançar com cenários nessa matéria", mas garantiu que "o governo orientar-se-á sempre pelo respeito da lei e pelos acordos vigentes", sendo certo que a maioria das recomendações não dependerá do governo.
"A hipótese de grande parte das recomendações serem dirigidas a eventuais ações que não dependem do governo, mas sim da ação do movimento associativo, deve também ser considerada", sublinhou à Lusa.
Segundo o "Estudo Demográfico", elaborado anualmente pelo "Observatório do Futebol", apenas 8,3 por cento dos jogadores das equipas lusas alinharam nos respetivos clubes pelo menos três anos, entre os 15 e 21 anos, valor que coloca Portugal muito abaixo da média europeia (22,2 por cento).
Entre os 33 campeonatos estudados, a Liga portuguesa ocupa o antepenúltimo lugar, sendo apenas ultrapassada pelas ligas turca (7,9) e italiana (7,4), e a larga distância da líder Islândia, que aproveita cerca de 43 por cento dos atletas oriundos da formação.

FC Porto e Vitória de Guimarães são as duas equipas com mais jogadores extra-comunitários, entre as principais ligas europeias de futebol, sendo que oito emblemas lusos ocupam os 10 primeiros lugares do "ranking".
Os números, que constam no "Estudo Demográfico", elaborado pelo "Observatório do Futebol" (CIES Football Observatory) e a que a Agência Lusa teve acesso, fazem emergir portistas e vimarenenses entre as 500 equipas estudadas, ambos com 64 por cento de jogadores extra-comunitários nos respetivos plantéis.
De resto, no "top-10" desta vertente apenas os italianos do Inter de Milão (59,3 por cento) e do Catania (48,3) impedem o pleno de equipas lusas, em que constam ainda os nomes de Sporting de Braga (63), Marítimo (60), União de Leiria (58,3), Nacional da Madeira (53,8), Benfica (52) e Sporting (48,1).
Contudo, alargando a pesquisa ao "top-23", é possível integrar mais cinco conjuntos lusos, que elevam para 13 o número total de portugueses neste extremo superior do "ranking": Gil Vicente (46,2 por cento), Olhanense (44), Académica (38,5), Paços de Ferreira (38,5) e Rio Ave (38,5).
Dos 16 emblemas que disputam a Liga portuguesa, somente Feirense, Beira-Mar e Vitória de Setúbal escapam a este "top-23", que inclui ainda cinco equipas italianas, duas belgas, duas ucranianas e uma cipriota.
Por outro lado, os russos do FC Rostov e os belgas do Gent são os clubes com maior número de nacionalidades no plantel, ambos com 16, apenas mais uma do que os ingleses do Arsenal (15) e os escoceses do Celtic (15).
Manchester United (14 nacionalidades) e Manchester City (13) são os outros destaques do "top-14", em que não figura qualquer equipa portuguesa.




Com 55,1 por cento de forasteiros, a Liga portuguesa de futebol é a segunda da Europa com maior percentagem de jogadores estrangeiros, ficando apenas atrás do campeonato do Chipre (70,3), onde joga a maior falange de portugueses.
Segundo o "Estudo Demográfico", elaborado anualmente pelo "Observatório do Futebol" (CIES Football Observatory), a que a Agência Lusa teve acesso, dos 408 futebolistas que atuam nas 16 equipas da Liga lusa, 225 são estrangeiros, o que significa um decréscimo de apenas cinco atletas forasteiros relativamente a 2010.
Os números, que dizem respeito ao início da presente época, colocam Portugal na segunda posição do "ranking" e acima da média europeia (34,9 por cento), sendo apenas superado pelo Chipre, onde 70,3 são estrangeiros, o que corresponde a 234 jogadores nas 14 formações que disputam a Liga principal daquele país.
Em termos percentuais, Portugal supera, por exemplo, as ligas inglesa (286 estrangeiros em 20 equipas), italiana (262 em 20), alemã (204 em 18), espanhola (183 em 20) e francesa (138 em 20), denominadas como "big 5".
FC Porto e Benfica, ambos com 76 por cento de estrangeiros, lideram a nível nacional, enquanto o Feirense é o clube com menor percentagem de atletas forasteiros (28 por cento).
Os clubes nacionais mantiveram a preferência por atletas brasileiros, com 130 a atuarem na Liga, o que corresponde a 31,8 por cento do total de jogadores, embora também neste particular tenha existido um decréscimo em comparação com 2010, quando havia 141 "canarinhos".
Este registo corresponde a quase 25 por cento do total de futebolistas brasileiros espalhados pelas 33 primeiras divisões europeias incluídas neste estudo (528), que volta a colocar o Brasil como principal fornecedor de atletas para o mercado europeu, à frente da França (247), Sérvia (228) e Argentina (211).
Já Portugal, ocupa a quinta posição entre os mais representados a nível europeu, com 132 jogadores, mais 10 do que em 2010, destacando-se, neste aspeto, a principal divisão do Chipre, onde atuam 33 jogadores lusos.
Espanha, com 22 portugueses, e Roménia, com 20, aparecem no encalço dos cipriotas, numa lista onde consta um total de 21 países a apostar no "produto nacional".
Entre os clubes que mais contratações fizeram para esta época, encontra-se a União de Leiria, que recrutou 19 novos jogadores (a média europeia é de 11,1), que correspondem a 79,2 por cento do plantel e que colocam os leirienses no quinto lugar do "top-15" dos clubes europeus com maior número de contratações para a nova época.
A formação do Lis ocupa a liderança do "ranking" nacional, no qual Benfica e Sporting, ambos com 16 novos atletas, situam-se no terceiro posto, atrás do Paços de Ferreira (18) e em contraste com o rival FC Porto, que foi o clube menos ativo em solo luso (sete novo atletas).
O "Estudo Demográfico" reúne informações sobre idade, estatura, posições, nacionalidade, emigração e internacionalizações sobre 12.410 jogadores, que jogam em 500 clubes de 33 ligas europeias.



Apenas 14 por cento dos jogadores da Liga portuguesa de futebol jogaram pelas respetivas seleções nacionais durante o ano de 2011, sendo que o campeão FC Porto é o único clube luso a figurar no "top-30" europeu.
Os números, a que a agência Lusa teve acesso, foram publicados no "Estudo Demográfico 2012", documento elaborado anualmente pelo "Observatório do Futebol" (CIES Football Observatory), sediado na Suíça, e da autoria dos analistas Raffaele Poli, Roger Besson e Loic Ravenel.
Entre os 33 países europeus analisados, a Liga portuguesa ocupa a 14.ª posição do "ranking", com um registo de 13,7 por cento de jogadores internacionais "ativos" durante o ano de 2011, números abaixo da média europeia (14,4).
Portugal é, de resto, o primeiro país a "fugir" à média europeia, embora o estudo revele que a Liga nacional subiu 3,6 por cento em relação a 2010 (10,1) e quase o dobro comparativamente a 2009 (7,0).
O "ranking" é liderado pela Liga inglesa, com 41,2 por cento de jogadores internacionais, enquanto Alemanha (33,2) e Rússia (28,6) completam o pódio, superando França (25,8), Itália (25,1) e Espanha (23).
Na parte inferior da tabela encontram-se as ligas da Croácia (2,3), da Eslovénia (1,6) e da República da Irlanda (zero), que apresentam os números mais baixos na percentagem de atletas internacionais.
Dos 500 clubes analisados, o campeão nacional FC Porto é o único português a integrar o "top-30", ocupando a 13.ª posição, juntamente com os russos do CSKA de Moscovo e os ingleses do West Bromwich, todos com 56 por cento de internacionais nos respetivos plantéis, que iniciaram esta época.
Neste particular, o campeão europeu FC Barcelona lidera destacado, com 81 por cento de internacionais, à frente dos ingleses do Manchester City (73,1) e do rival Real Madrid (70,8).
Além de integrar a "elite" europeia, os portistas lideram dentro de portas, superando os rivais Sporting (44,4) e Benfica (36), segundo e terceiro classificados, respetivamente, entre as 16 formações da Liga portuguesa.

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