segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Caso Ricardo Carvalho devia ser tema de discussão nas escolas de futebol

É um caso mesmo exemplar.

Desde logo porque acontece com um jogador exemplar, que ninguém esperava. Há jogadores mais vaidosos (Cristiano Ronaldo por exemplo) mais gabarolas, outros são humildes, trabalham, trabalham mas nunca se gabam... acham sempre que podem melhorar e por isso não se armam em bons.

Mas o Ricardo Carvalho??? Quem diria...

A verdade é que aconteceu mesmo. O Ricardo carvalho não teve capacidade de encaixe para aceitar a decisão do seleccionador de o meter no banco...

Achou injusto, alegou que Pepe veio de uma lesão e entrou diretamente para a convocatória. Está no seu direito, todos nós nos confrontamos com injustiças no nosso dia-a-dia.  Temos de ter a capacidade de lidar com isso.


A primeira coisa a fazer é mostrar a nossa indignação. Ricardo Carvalho devia ter tido a coragem de pedir uma conversa com Paulo Bento e dizer-lhe olhos-nos-olhos que se sentia injustiçado.

Das duas uma, ou Paulo Bento mostrava ter capacidade de liderança e conseguia pegar naquele «caso» e motivar o jogador apesar da sua decisão. Ou seja, tinha de a justificar bem.

Se mesmo assim, não ficasse convencido, estava no seu direito tomar as decisões que achasse melhor. Acabado o jogo, dirigia-se aos responsáveis da Federação e dizia que abandonava o grupo.

Isto era o que devia ter feito.

O que fez... jamais...

Abandonar o grupo sem dizer nada a ninguém, na véspera de um jogo importante, foi irresponsável e pôs os interesses pessoais à frente dos interesses do grupo. Prejudicou todo o grupo, foi um mau colega, não respeitou os colegas.

Foi péssimo!

Agora, coloquemos este exemplo ao nível das equipas de miúdos... quantos miúdos não amuam por não serem convocados... por jogarem menos, por jogarem numa posição que não queriam... por terem sido tocados num treino...  por não terem ficado com a camisola que queriam, por não terem ficado com a braçadeira de capitão, por isto, por aquilo...  Há tantas razões para um miudo desmotivar...


Agora, é nestas alturas que se vê a diferença entre aqueles que têm personalidade, os que conseguem ultrapassar estas crises pessoais,  e os outros... os fracos... os que amuam por tudo e por nada...

Esses miúdos precisam de apoio. Precisam de apoio dos colegas da equipa, dos treinadores mas essencialmente dos pais!

Estes miúdos precisam que os seus pais os incentivem a concentrarem-se no trabalho da equipa, a desvalorizarem pequenas tricas. Precisam que os pais lhes digam, «deixa-te dessas tretas, só tu é que perdes com isso, quanto mais te integrares no grupo, mais beneficias individualmente»...


Todos nós sabemos de pequenos conflitos que vão existindo nos grupos. Miudos que criticam os colegas, outros que gozam com uma falha, etc etc etc...  É preciso saber lidar com isso! Desvalorizar... E não deixar que esses pequenos problemas passem para o grupo...

Olhem o Ricardo Carvalho... Um dos melhores centrais do mundo, jogador titular de uma das melhores equipas do mundo... deixou-se levar pela emoção, pelo impulso individual... Cometeu um erro gravíssimo!

Ficou mal visto entre os colegas. Diz adeus à selecção... vamos ver se a «crise» não alastra ao balneário do Real...

Os grandes jogadores também cometem erros, como é que os nossos miúdos não hão-de os cometer também?... Claro que erram. Precisamos é de ajudá-los a não repetirem os erros!

Falar do caso Ricardo Carvalho nos balneários devia ser uma obrigação das equipas técnicas.
É um belíssimo exemplo daquilo que não se deve fazer! Os miúdos compreenderão bem este exemplo!



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